Incentivo à vacinação de jovens entre 12 e 29 anos contra a Covid-19
Com o avanço da vacinação contra a Covid-19, já é possível ter evidências da queda no número de casos graves, internações e mortes causadas pela doença. Isso significa que, quanto mais rápido a população for vacinada, mais cedo conseguiremos frear a pandemia. Na atual fase de imunização contra o coronavírus, um dos grandes desafios é aumentar a taxa de vacinação da juventude, que tem deixado o assunto para depois, de acordo com a baixa movimentação de jovens nos postos preparados para recebê-los e garantir a imunização.
Especialistas apontam que os jovens são os principais vetores que mantêm o vírus circulando e podem colocar em risco todo o avanço até o momento, caso não se vacinem. Também colocam que a falta de informação tem grande peso. “Falta esclarecimento e campanhas. Seria necessário explicar aos mais jovens que, à medida que eles não se vacinam, eles também podem ter quadros graves”, diz Fernanda Grassi, infectologista e pesquisadora da Fiocruz.
Por isso, a Uneafro Brasil, que constrói há 12 anos um diálogo com a juventude dos bairros onde está localizada, através de nossos núcleos de educação popular, inicia a campanha de vacinação pela vida da juventude negra e periférica na pandemia “Quem é cria vacina!”.
A imunização completa desses jovens entre 12 e 29 anos, pretos, moradores das periferias, comunidades, favelas e quilombos, tem grande potencial para diminuir o número de internações e mortes de pessoas pretas, as mais acometidas pela Covid-19. Essa faixa etária corresponde a 47,3 milhões de pessoas no Brasil, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, o que revela o alto impacto nos avanços do Plano de Imunização, considerando que os jovens são importantes para a transmissão da doença.
Segundo o levantamento de março de 2021 da Agência Pública, o país imunizou mais pessoas brancas do que pessoas negras. Para cada pessoa negra que recebe uma dose, duas pessoas brancas são vacinadas. E como diz a nota da Coalizão Negra Por Direitos, as desigualdades causadas pelo racismo são tão latentes que, em um país de maioria populacional negra, 119,2 milhões de pessoas (IBGE, 2019), somente 1,7 milhões de pessoas negras receberam a vacina, enquanto 3,2 milhões de pessoas brancas foram imunizadas.
A campanha “Quem é cria vacina!”, além de trazer essas informações nas redes sociais e nos territórios, também objetiva desmistificar as fake news que induzem a população a não tomar as doses da vacina e emitir alerta sobre os jovens com comorbidades, ou seja, aqueles com risco ainda maior ao contrair o vírus, decorrente de problemas de saúde que existiam desde antes da pandemia. Uma ação com profissionais do grafite também será realizada, com o mapeamento de muros e lugares físicos de maior visibilidade, para valorizar o trabalho de artistas de rua e passar a importante mensagem.
A missão coletiva é compartilhar a informação para que chegue ao maior número possível de pessoas. Acompanhe nossas redes e fortaleça essa ação pela vida da juventude negra e periférica.