Movimento celebra 15 anos de existência e consolida o trabalho de educação popular de base com mais de 30 núcleos em São Paulo e no Rio de Janeiro

No próximo sábado, 27 de abril, a UNEafro realizará o tradicional Aulão na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, que tem como principal temáticaNosso povo e as políticas públicas: quais são os impactos na nossa vida?”. O evento ocorrerá durante todo o dia e contará com a presença de educadores, estudantes de cursinhos populares, ativistas e militantes da luta por direitos e justiça racial.

Além de promover um grande encontro dos núcleos de educação popular, o Aulão tem como objetivo fazer com que milhares de adolescentes negros e periféricos ocupem as dependências de uma universidade pública pela primeira vez. Realizado tradicionalmente na cidade de São Paulo, onde o movimento nasceu e se consolidou, o Aulão ocupa, pela segunda vez, uma universidade pública no estado do Rio de Janeiro.

Em um gesto simbólico, os educadores apresentam uma nova realidade aos estudantes, um futuro possível a ser desvendado por eles. “Ao entrar em uma universidade, jovens periféricos e negros acessam outro mundo, uma realidade que ainda não havia sido apresentada a eles. O que não muda são as formas de preconceito com que irão se deparar. E, para tudo isso, também preparamos esses jovens. Para que entendam seu lugar na sociedade e as formas de existência e resistência para lidar com diversas situações”, afirma Douglas Belchior, cofundador da UNEafro Brasil. 

Em 2024, a UNEafro completa 15 anos de existência. Sua história deu início no dia 5 de março de 2009, em um ato de fundação em frente à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e caminha até os dias atuais, em territórios periféricos de São Paulo e do Rio de Janeiro, e em todo o Brasil, através do Núcleo Virtual.

Nestes 15 anos, a UNEafro apoiou mais de 15 mil pessoas a se prepararem para os vestibulares estaduais e para o Enem, entre outras formas de ingresso em universidades. Em 2024, o movimento realizará uma série de atividades culturais em comemoração ao marco: aulas expositivas, seminários, palestras, rodas de conversa, entre outras. 

Programação

Pela manhã, os jovens serão acolhidos em uma recepção calorosa, com café da manhã, discotecagem e a entrega dos kits com brindes e a apostila publicada pelo movimento. Logo após, haverá uma introdução à UNEafro, a partir da exibição de um vídeo expositivo contando um pouco sobre os 15 anos do movimento, criação, consolidação, lutas e conquistas. 

Na sequência, os jovens assistirão a uma aula com o tema “Nosso povo e as políticas públicas: quais são os impactos na nossa vida?”, que contará com a presença de Andressa Dutra, coordenadora do Instituto Mirindiba de Ação Climática Popular, mestranda na Universidade Federal do Rio de Janeiro e militante no movimento negro e ambientalista, e da jornalista Larissa Amorim, especialista em comunicação organizacional, coordenadora executiva da Casa Fluminense, conselheira da Rede Comuá e Datalabe do Instituto Marielle Franco. Integra a Aliança de Fundos Territoriais e a Rede de Adaptação Antirracista.

Após a aula magna, haverá a entrega do Prêmio MARIELLE FRANCO de Direitos Humanos. A premiação é a expressão do reconhecimento pelo importante serviço prestado à defesa dos direitos humanos e no combate ao racismo através das mais diferentes formas de atuação social, popular e parlamentar. 

A seguir, os alunos seguirão para o almoço no Bandejão da Universidade.

Sobre a UNEafro Brasil

A UNEafro Brasil (União de Núcleos de Educação Popular para Negras, Negros e Classe Trabalhadora) é um movimento de cursinhos comunitários, de luta antirracista, antimachista, anti-LGBTfóbica e de lutas por direitos sociais coletivos. É um movimento social e popular que tem no povo o verdadeiro protagonismo. Organizada em mais de 39 núcleos, em São Paulo e no Rio de Janeiro, a organização possui um trabalho educacional de base e de formação política direcionado às comunidades periféricas urbanas. Mais informações e formas de ajudar em https://uneafrobrasil.org/.  

Texto| Mayara Nunes

 

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