A Uneafro Brasil, União de Núcleos de Educação Popular para negras e negros, e a Classe Trabalhadora, movimento social que organiza cursinhos comunitários e populares, em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT-SP) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), irão promover uma aula inaugural do projeto “Jovens Promotores de Direito Antidiscriminatório” gratuita neste sábado, 28/4, das 9h às 13h, no Auditório da Casa Metropolitana do Direito – FMU, em São Paulo.

A aula inaugural será aberta ao público em geral, principalmente para os estudantes de cursinhos populares, de escolas públicas, ativistas e universitários interessados na temática. O número de vagas é limitado por conta do espaço do auditório. Para garantir sua inscrição, basta preencher este formulário.

O evento contará com uma aula de Antonio Carlos de Mello Rosa, que atua com o Sistema das Nações Unidas e da Organização Internacional do Trabalho nas temáticas de trabalho infantil e trabalho escravo, sendo atualmente coordenador da unidade de Combate ao Trabalho Forçado. Além disso, Antonio Carlos falará sobre Direitos Humanos e o enfrentamento ao trabalho escravo, tráfico de pessoas, escravidão contemporânea, migrações, territórios e populações vulneráveis.

Para falar sobre trabalho escravo urbano e temas ligados a gênero, racismo, trabalho escravo e ações preventivas, a aula também contará com a presença de Christiane Vieira Nogueira, procuradora do trabalho, mestra em Direito Constitucional pela Universidade Federal do Ceará e integrante da coordenação nacional para erradicação do trabalho escravo.

Conheça o projeto

 

O curso visa fortalecer o protagonismo juvenil, a conscientização para a questão étnico-racial, de gênero, diversidade, combate ao trabalho infantil e denúncia de discriminação e assédio no trabalho. O projeto conta com professores do campo jurídico e de movimentos sociais. Segundo Elisiane Santos, Procuradora do Trabalho e Vice Coordenadora de Combate à Discriminação no Ministério Público do Trabalho em São Paulo, a parceria desses movimentos é uma importante ferramenta para romper as barreiras do mercado de trabalho e do espaço acadêmico. “Embora tenhamos avanços com a implementação das cotas raciais nas universidades, ainda há muito a ser trilhado”, explica.

Para o coordenador e professor voluntário da Uneafro, Cleyton Borges, o projeto busca radicalizar a formação política dos participantes por meio de uma perspectiva crítica e engajada. “Para nós que atuamos nos cursinhos populares, a educação e o estudo sempre estão ligados a uma luta concreta e também à necessidade de nos mobilizarmos enquanto movimento social. Por isso, o novo curso terá conteúdos teóricos e práticos ligados ao enfretamento das discriminações”.

A procuradora do Trabalho Valdirene Silva de Assis entende que o projeto não beneficia apenas o aluno: “O investimento na capacitação de jovens promotores é uma medida muito importante, pois esses estudantes serão multiplicadores de conhecimento. E isso se reverte em proveito deles e de toda coletividade na qual eles estão inseridos”, comenta. Jessica Viana, aluna do projeto, explica a contribuição que a inciativa dará para a sua formação pessoal e profissional: “Acredito que este projeto contribua de forma a me fortalecer, sobretudo, em um lugar que ainda invisibiliza e silencia vozes de mulheres negras e periféricas, como eu”.

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