Núcleos de Base representam uma alternativa de mobilização, constituindo-se em espaços voltados para a construção de lutas sociais e concretas ações comunitárias locais voltadas para a transformação das condições de vida. Estes serão locais propícios para a formação política teórica e prática, fomento para surgimento de novas lideranças comunitárias e cultivo da mística.
A formação de novos quadros e lideranças é essencial para fortalecer todos os movimentos e também para levar a pauta étnica para as outras lutas. A força dos núcleos comunitários deve estar voltada para a sua organização na periferia das cidades e demais localidades onde existam explorações e injustiças.
Núcleos UNEafro
O núcleo de base é o pilar de nossa organização. A célula, a base, o ponto de encontro, a força que nos move enquanto grupo social.
Para a UNEafro o conceito político de núcleo é mais amplo. Existirão vários tipos de núcleos. O Cursinho Comunitário Pré-Vestibular será um tipo. Talvez o mais difundido e que congrega maior vocação popular em nosso meio. Mas existirão mais formas de núcleos. Serão núcleos os grupos de bolsistas que atuarem em diversas áreas tais como cultural, esportiva ou qualquer área acadêmica ou social; O que define a atuação de um núcleo é seu caráter comunitário ou acadêmico. Desde modo, a ação política pode ser feita por 5 militantes ou por número maior, por ex. 50 ou 200 militantes, com afinidade social e mesmo objetivos na comunidade. A autonomia dos núcleos será um dos mais fortes instrumentos da luta da UNEafro. Esta autonomia estará sempre acompanhada de responsabilidade e autocrítica. Toda atuação deverá estar de acordo com as linhas políticas gerais (previsto no Manifesto) e princípios estabelecidos pelo Conselho e Assembléia.
A UNEafro só será forte se seus núcleos forem fortes. Por isso, 50% dos recursos arrecadados com as contribuições dos bolsistas serão repassados para os núcleos. Além disso, a UNEafro será dirigida politicamente por um Conselho que terá representantes de todos os núcleos, ou seja, será um movimento horizontal em que todos os militantes terão voz e vez!
A princípio, o núcleo deverá fazer uma simples adesão, informando seus dados e de suas lideranças, devendo também indicar dois membros/as para o Conselho Geral. As definições mais específicas, como contribuição, periodicidade dos encontros e atos políticos conjuntos serão construídos coletivamente durantes os meses de Maio, Junho e Julho. A abertura democrática supõe que possibilidades de se criar procedimentos a partir das realidades dos núcleos, desde que em atenção à linha geral política da UNEAFRO, prevista no Manisfesto de sua fundação.
Grupos de Trabalho UNEafro (GT´s):
São grupos nos quais se mobilizam militantes dispostos a aprofundar algumas tarefas específicas designadas pelo movimento. São táticos do ponto de vista das pautas políticas e sociais surgidas a partir dos núcleos de base ou demandas de universitários/as. Assim como os núcleos (com caráter local/regional), os grupos de trabalhos provocam a vida política do movimento (com caráter amplo/geral). Um GT e um núcleo não precisam de permissão do Conselho para agir, desde que ajam com maturidade, censo de responsabilidade e atenção aos princípios ditados pela Assembléia, Conselho e conteúdo do Manifesto. Se necessário, estes outros órgãos poderão ser acionados.
Podem ter maior ou menor intensidade, conforme as linhas de atuação da UNEafro e questões particulares de certos temas e/ou períodos. Ex. o GT de Juventude terá mais tarefas durante a participação nas conferências estaduais de juventude; o GT de Cultura terá estreita relação com propostas de intervenção cultura dos núcleos. Outros terãos exigências mais permanentes como o GT´s de Formação Política, Gênero e Diversidade Sexual, Finanças ou Núcleos e Universitários/as (esses últimos de extrema importância organizacional).
Os GT´s que funcionarão na UNEAFRO em 2009 são estes:
1. Núcleos
2. Formação Política
3. Universitários/as
4. Articulação Social e Política
5. Juventude
6. Gênero e Diversidade Sexual
7. Finanças
8. Cultura
9. Pedagógico
10. Negros e Negras
11. Secretaria Geral
12. Comunicação Social
13. Relações Internacionais
Ficou decidido em reunião geral que para o funcionamento de um GT é necessário a dedicação intensa de pelo 3 militantes, que declarem disponibilidade para as tarefas do grupo de modo permanente (mínimo 6 meses). O GT assumirá ainda 3 compromissos diante do coletivo:
a) dedicar-se com afinco na temática específica do grupo de trabalho, seja por meio de formação acadêmica, seja pela militância social, sem deixar de lado a atuação de base.
b) multiplicar as pautas do GT com os demais GT´s e, na medida do possível, com todos os núcleos da UNEafro, com criatividade, e propondo atividades abertas a novos adeptos interessados.
c) primar pela transparência nas ações, submetendo-se às linhas políticas gerais do movimento e, em caso de discordâncias ou dúvidas, levar as questões ao Conselho Geral.
Conselho Geral da UNEafro Brasil
Como o nosso movimento propõe uma relação horizontal entre os participantes e que eleve os núcleos de base à principal forma de ação militante, a prática cotidiana será dada pelas atividades dos núcleos e GT´s. Esses serão a nossa maior ferramenta de transformação, o foco maior de nossas mobilizações nas periferias. A vocação de cada um de nós da UNEafro para o trabalho de base é uma marca que não temos como diminuir. Nossas história pessoais e coletivas, em pré-vestibular comunitário, núcleos de educação popular, movimento estudantil e entidades de luta do movimento negro, nos permite dizer que a UNEafro se faz através de seus núcleos.
Um movimento que busca inserção na periferia, com intensão de mobilizações populares, precisa ter formas de participação e deliberações para questões maiores, como definições de planos estratégicos e campo de atuação poltica.
Para estas questões macros, e para eventual deliberação de assuntos cruciais para o movimento, foi criado o Conselho Geral, um órgão político, de deliberação, consultas e orientação, que atuará como um defensor de nossa linha social e política (hoje traçada no Manifesto de fundação de 05/03/2009).
O Conselho terá o papel de reunir forças, convocar campanhas de mobilizações, ser o ponto de encontro dos GT´s para partilhas, auto-crítica, solidariedades, demandas regionais, formação de núcleos e lideranças.
Questões de extrema relevância, cuja prática cotidiana não permitir encaminhamentos por parte dos núcleos e GT´s serão levadas para conhecimento e definição pelo Conselho Geral.
O Conselho Geral será formado por dois membros indicados por cada núcleo. Na indicação o núcleo deverá observar perfil de liderança comunitária e militância social. Deverá atender igualdade de gênero e raça/etnia, ou seja, a indicação será de um homem e uma mulher por núcleo, sendo pelo menos um/a dos dois negro/a. Se confirmarmos 42 núcleos e GT´s, o Conselho terá 84 pessoas em sua formação inicial.
De forma extraordinária, a primeira composição do Conselho terá indicados/as dos núcleos e também dos GT´s.
A participação no Conselho poderá ser renovada após um ano. Os encontros ordinários do Conselho serão bimestrais, podendo ser convocados encontros eventuais. A construção ainda terá constribuições, tanto de companheiros/as da Grande São Paulo, como do Interior do Estado.
Assembleia UNEafro
Ocorrerá pelo menos duas vezes ao ano, sendo o momento de grande encontro da militância da Uneafro. Terá caráter deliberativo e orientativo, em torno de questões de grande repercussão interna e externa.
Para participar, alunos/as, universitários/as, lideranças de núcleos e militantes em geral devem ter feito adesão à Uneafro e manter-se compromissados/as.
As pautas das assembléias serão propostas pelo menos com 45 dias de antecedência, com abertura de contribuições. A primeira assembléia ocorrerá em Julho/09, após a formação do Conselho Geral e após as adesões dos núcleos.