Nesta terça- feira, dia 18 de abril, um grupo de representantes de movimentos negros ligados à Coalizão Negra Por Direitos entregou um documento que pede compromisso do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com a promoção da igualdade racial e o enfrentamento ao racismo, focado no desenvolvimento econômico da população negra.

A empresa pública vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços é o principal instrumento do Governo Federal para financiamento de longo prazo e investimento nos diversos segmentos da economia brasileira.

O grupo foi recebido na sede do BNDES, no Rio de Janeiro, pelas diretoras Luciana Costa, Tereza Campello, Thiago Thobias e Jailson Souza e Silva. Estiveram presentes no encontro Hélio Santos, professor, doutor em administração e presidente do conselho da Oxfam Brasil e do Instituto Brasileiro da Diversidade (IBD); Gabriela Mendes Chaves, economista, mestre em Economia Política Mundial, fundadora da NoFront – Empoderamento Financeiro, conselheira e integrante da South Feminist Futures; Douglas Belchior, historiador e fundador Uneafro Brasil; Ivone de Mattos, do quilombo Maria Conga, Magé-RJ e coordenadora da CONAQ; Adilson Batista de Almeida, quilombola diretor da Acquilerj – RJ; Wesley Teixeira, do movimento de favela Perifa Connection; Filipe Lopes, do Enegrecer-RJ; Heitor Félix, do Movimenta Caxias – RJ e Magda Gomes, do Rocinha Resiste.

Para Douglas Belchior, as pautas raciais dentro da agenda econômica precisam estar nas prioridades dos órgãos oficiais. “O mundo inteiro discute o enfrentamento ao racismo a partir da agenda econômica. É hora do Brasil fazer também. Sem desenvolvimento econômico da população negra o Brasil jamais será justo”, aponta.

Veja algumas das propostas do documento:

1. Criação da diretoria de desenvolvimento econômico com foco em equidade racial e de gênero;

2. Constituição de um Comitê em articulação com a sociedade civil para discussão e implementação de ações afirmativas e programas de desenvolvimento econômico para a comunidade negra;

3. Alteração dos limites pré estabelecidos pelo BNDES aos operadores de Microcrédito para aumentar a participação da população negra;

4. Campanhas de informação de como acessar recursos;

5. Empregabilidade de pessoas negras em empresas com recursos do BNDES;

6. Estabelecer políticas de parceria e financiamento territórios quilombolas em todo o país;

7. Ampliação do BNDES GARAGEM;

8. Apoios não reembolsáveis para organizações que promovam o combate ao racismo;

9. Capital Semente para investimento em empresas de impacto racial;

10. Presença de negros no Conselho das Empresas Investidas pelo BNDES.

Leia o documento do movimento negro para o BNDES na íntegra.

 

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