Um mês após o assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, o movimento Uneafro realizou neste sábado, 14/4, a entrega do 1º Prêmio Marielle Franco homenageou personalidades e instituições que são referências para os movimentos contra o racismo, machismo e homofobia.
Com os olhares atentos de mais de 800 jovens alunos dos cursinhos populares de Une afro, o auditório de Geografia da Universidade de São Paulo (USP) foi palco para iniciativa que premiou nomes como Regina Militão e Milton Barbosa, do Movimento Negro Unificado, Maria José Menezes e Jupiara Castros, Núcleo de Consciência Negra, e Sueli Carneiro, do Portal Geledés. A cria da Maré tem uma trajetória semelhante à dos alunos que estavam na plateia. Marielle também estudou em um cursinho popular, que fazia um trabalho parecido ao da Uneafro.
Para Zezé Menezes, a premiação foi uma grata surpresa. “Eu não esperava por este reconhecimento. Nós, ativistas, estamos acostumados às pressões, dificuldades, decepções, então ter um momento de alegria como aquele me fortaleceu”, comenta. Sobre a parceria com a Uneafro, ela enfatiza: ”Nosso trabalho só acontece quando temos parceiros, e a Uneafro tem sido uma importante entidade parceira do Núcleo de Consciência Negra, dentro e fora da USP”.
Regina Militão, do Movimento Negro Unificado, comenta sobre a importância da iniciativa, principalmente no cenário político atual. “Estar num ambiente cheio de esperança, onde a juventude representa e ombreada por pessoas magníficas, nestes tempos tão difíceis do Brasil do golpe e de ataques a direitos primários como a vida, a educação e a saúde. Na premiação eu senti a luta viva pedindo respostas ao assassinato de Marielle e por Lula livre”, aponta.
O professor e fundador do movimento, Douglas Belchior, comenta sobre as diretrizes principais para estruturar essa iniciativa. “Organizando a comunidade, promovendo solidariedade com professores voluntários e construindo espaços para tocar o coração e a mente dos estudantes pra consciência de classe, racial e de gênero e diversidade sexual”.
Do ponto de vista dos alunos, a estudante Aline Guimarães, fala sobre a diferença que uma premiação como essa impacta à sua vida: “Um bom começo para ter um futuro melhor, antes não tínhamos muitas chances de mudar e fazer a diferença. Com esses exemplos, nós vemos que é possível transformar”, explica a jovem.
“Esse reconhecimento nos faz acreditar que a nossa trajetória valeu a pena. Tudo o que nos arriscamos a fazer era necessário fazer, nós travamos um bom combate pelas causas que consideramos mais justas da humanidade”, salienta uma das homenageadas do evento, Sueli Carneiro.
Para ter mais detalhes, confira a reportagem da TVT sobre a premiação.