JORNAL DA UNEAFRO BRASIL
NÚMERO 21 | JULHO DE 2021
A Cadeira da Juventude Negra é do Movimento Negro!
Phelipe Nunes e Stephanie Felicio durante a gravação do vídeo da campanha para o CMDJ Foto: Thiago Fernandes
Nos dias 17 e 18 de julho, São Paulo realizou a votação dos representantes do Conselho Municipal dos Direitos da Juventude (CMDJ), espaço de elaboração e discussão de políticas públicas voltada às juventudes da capital Paulista. Ao todo, foram 21 cadeiras eleitas para temas como educação, trabalho, emprego e geração de renda, esporte e lazer, entre outros. Para a cadeira de Juventude Negra, Phelipe da Silva Nunes, 18 anos, e Stephanie Felicio da Silva, de 21, se candidataram a titular e suplente, e venceram a disputa como representantes da Uneafro Brasil, organização que integra o Movimento Negro Brasileiro.
Os 964 votos recebidos pela juventude paulista tornaram possível à juventude da periferia ocupar um espaço de tomada de decisão, levando demandas dos jovens negros, construindo propostas de políticas públicas a partir do olhar e da realidade dos coletivos. Todo o programa da dupla é fundamentado no trabalho de base realizado em territórios periféricos pela juventude da Uneafro e, em especial, pelos representantes inscritos.
Entre as principais demandas dos representantes, está o conjunto de ações para o enfrentamento ao extermínio da juventude negra e periférica, como o fim da violência policial, a discussão, divulgação e implementação da lei 10.639/03, que orienta sobre o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana, no município de São Paulo; a permanência de cotas raciais e de outras políticas afirmativas para a população negra; a manutenção e ampliação das redes de cursinhos pré-vestibulares e comunitários, principalmente nos territórios periféricos e a promoção das garantias de continuidade e eficiência do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – que completou 31 anos na última terça (13/07), visando as especificidades das crianças e dos jovens negros de São Paulo.
Phelipe da Silva Nunes, 18 anos, morador da Cidade Kemel e atuante da Uneafro Brasil, desde 2019, através do Núcleo XI de Agosto. Foto: Thiago Fernandes
“A cadeira de Juventude Negra precisa ser do movimento negro, esse é o nosso lema. Esse é um lugar de representatividade. Portanto, quem ocupá-lo precisa estar atento às demandas da sociedade. Ninguém melhor que o movimento negro organizado para isso. O que queremos é reverter o significado do termo representatividade que, hoje, nos espaços de tomada de decisão, é usado indevidamente por alguns grupos políticos em prol do apagamento das construções coletivas”, afirma Phelipe da Silva Nunes que, desde 2019, atua na Uneafro Brasil, na região do Itaim Paulista.
Durante a pandemia, ele tem atuado na assistência dos moradores da região e entorno, mapeando necessidades da comunidade e distribuindo cestas básicas, materiais de higiene e limpeza. Também em denúncia ao racismo ambiental e à produção de alimentos com agrotóxicos, passou a representar o projeto de Hortas Comunitárias da Uneafro Brasil, idealizado pelo Núcleo Ambiental, no extremo da zona leste.
A suplência é representada por Stephanie Felicio da Silva, 21 anos, estudante desde 2016 e coordenadora do Núcleo Uneafro – Dona Nazinha, em Sapopemba, desde 2019. Foto: Caio Chagas
“É por tudo isso e por nossos e nossas jovens da periferia de São Paulo que pleiteamos essa cadeira. Queremos ocupar esse espaço para alimentar a esperança e a vida das juventudes pretas, dos coletivos, das comunidades e, principalmente, no trabalho aquilombado da Uneafro, que se propõe todos os dias a constituir base e futuro, como fizeram nossos ancestrais”, afirma Stephanie Felicio da Silva, estudante dos cursinhos da Uneafro desde 2016 e, desde 2019, coordenadora do Núcleo Uneafro Dona Nazinha, em Sapopemba. Também é articuladora da Rede LiteraSampa, na Biblioteca Comunitária Ademir dos Santos, pertencente ao Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedeca) Sapopemba. Também é educanda no projeto Observatório Ecos & Reflexos e integrante do Coletivo Mangueiras, que promove a discussão sobre direitos sexuais e reprodutivos.
Segundo o Atlas da Juventude, nas duas últimas décadas, o Brasil foi lar de quase 50 milhões de pessoas com idade entre 15 e 29 anos (¼ da população) – faixa etária dos eleitores do CMDJ -, a maior geração de jovens que o Brasil já teve. Mas, a partir deste ano, o país verá essa população reduzir, podendo chegar ao fim do século reduzida quase à metade de sua magnitude atual. Em 2060, um em cada quatro brasileiros terão 60 anos ou mais.
Segundo os pesquisadores, é urgente a criação de oportunidades para qualificar os jovens e garantir que eles tenham pleno desenvolvimento. Vale destacar que a pesquisa aponta para as diversas desigualdades vividas pelo jovem negro no mercado de trabalho, escolaridade, entre outros obstáculos impostos para esses jovens. De cada cinco trabalhadores informais, por exemplo, 4 são negros. Ainda conforme o Atlas da Juventude, existe mais consciência política e um sentimento de forte exclusão e de preconceitos dirigidos aos jovens periféricos, pobres e negros.
Também com a atribuição de garantir direitos, o CMDJ é fundamental para garantir a integridade do setor público para com os jovens negros, guardiões e guardiãs de um novo futuro e que assim também façam pelas políticas públicas. O CMDJ é um espaço onde a juventude pode praticar sua participação política e exercer a democracia. Quando se tornam conselheiros municipais, passam a discutir as temáticas que dizem respeito às juventudes e seus direitos, além da elaboração e fiscalização de políticas públicas para os jovens negros.
Agradecemos a cada pessoa que votou e ajudou a levar a juventude negra para dentro das discussões políticas da capital paulista. Seguimos em luta.
Autocuidado e resgate da ancestralidade: Os dilemas do Núcleo Obará no cuidado da saúde mental da população negra
Por: Caio Chagas
Cátia Cipriano realizando seus atendimentos no Núcleo Obará Foto: Thiago Fernandes
Em todo o mundo, aproximadamente 1 bilhão de pessoas vivem com algum transtorno mental, segundo a Organização Mundial da Saúde. O mesmo relatório, feito em 2020, aponta que, a cada 40 segundos, alguma pessoa é vítima de suicídio. No Brasil, 11,5 milhões de pessoas têm o diagnóstico de depressão, e 18,6 milhões têm transtorno de ansiedade. Em meio à pandemia, a juventude negra segue sendo a mais afetada no quesito saúde mental. O levantamento feito pela Escola Livre de Redução de Danos apontou que a vulnerabilidade com relação à renda é o principal fator ligado ao aumento no consumo de drogas entre a população preta e parda. Iniciativas da sociedade civil têm se organizado para mudar essa realidade e levar cuidado e assistência a uma parcela da população que não tem acesso a um cuidado essencial.
O Núcleo Obará surgiu em maio de 2019 a partir da necessidade de um projeto de escuta e cuidado voltado à população negra e militantes da Uneafro Brasil. A partir daí, se pensou nesse espaço de desenvolvimento do corpo, da mente e da alma, com base na Política Nacional de Práticas de Saúde Integrativas e Complementares, utilizando recursos terapêuticos que buscam a prevenção de doenças e a recuperação da saúde, com ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade. No Núcleo, são oferecidas terapias como o reiki, a radiestesia e a massagem ayurvédica e tarot, além da psicoterapia.
Para Cátia Cipriano, psicóloga, militante da Uneafro Brasil e fundadora do Núcleo Obará, o racismo afeta diretamente a saúde mental das pessoas negras. “O impacto do racismo na saúde mental tem muitas nuances, de diversas formas ela apresenta sentimentos de inferioridade, de não pertencimento, não se identifica com sua identidade e essas questões com a autoestima e autoconfiança, gerando uma fragilidade emocional. Pode, a partir desses sentimentos, criar reações de autopunição, depressão, ansiedade”. Dados do Ministério da Saúde apontam que, em 2018, o suicídio era a terceira principal causa de morte entre os jovens brasileiros, sendo 45% maior entre as pessoas negras. “Se o adoecimento psíquico afeta o povo negro, essa dor psicológica, mesmo na militância, pode não ser ressignificada para muitos de nós, a militância pode fortalecer o oprimido, mas, às vezes, é necessário apoio profissional para a superação desse trauma”, reforça Cátia sobre o papel dos movimentos sociais no enfrentamento ao racismo estrutural.
Com um direcionamento aos militantes do movimento negro e periférico, o Núcleo Obará aparece como um espaço de acolhimento e de escuta para as dores psíquicas e emocionais, e os cuidados para o corpo físico, “que também somatiza e acumula tensões e reações de dor e sofrimento psíquico. O cuidado com as terapias holísticas tem esse intuito de compreender que o corpo que sofreu todas as violências pode ser cuidado a partir de uma troca de cuidado energético e com afeto”, afirma a psicóloga. Historicamente, a população negra foi vítima das políticas higienistas que promoveram a manicomialização e a vinculação de tradições ancestrais à loucura e à criminalidade. O espaço do Núcleo Obará potencializa também o resgate da ancestralidade e apresenta tradições de cura do povo negro. “Estamos criando no Obará uma nova forma de integrar, de unir e aquilombar para poder cuidarmos uns dos outros de forma segura, criativa e dinâmica, trazendo uma nova forma de cuidar e curar com afeto dos nossos iguais”, finaliza Cipriano.
Terapias complementares
As práticas oferecidas atualmente pelo Núcleo Obará são atendimentos de psicoterapia individual, grupos de meditação guiada, reiki, radiestesia, tarô e massagem ayurvédica que está suspensa temporariamente devido à pandemia. Em meio ao isolamento social, todos os atendimentos são feitos online. Juliana Santana realiza atendimentos de reiki e radiestesia. Para ela, as terapias holísticas ajudam no tratamento de quadros de ansiedade e depressão. “O terapeuta emana energia, encontra qual é o ponto que está em defasagem e modifica essa energia, costumamos transmutar essa energia parada que está consumindo a pessoa”, apresenta Juliana. “O reiki e a radiestesia são terapias energéticas que têm o intuito de tratar o campo da energia metafísica, porque tratamos diretamente com a mente, e não podemos separar a mente da energia”, conclui.
Juliana Santana apresentando as práticas das terapias holísticas Foto: Thiago Fernandes
Para Amanda Buma, estudante de naturologia e massoterapeuta ayurveda no Núcleo, as práticas oferecidas atuam também na cura física das enfermidades, “adoecimento psíquico, principalmente por ansiedade e depressão, tem sua morfologia e suas relações químicas. Entendendo isso e entendendo que dentro de nós existe um potencial de cura, vemos nas práticas holísticas uma terapia que influencia tanto a parte física e química do nosso ser, assim como movimenta a nossa energia e as nossas emoções, promovendo saúde, e essa organização auxilia nos tratamentos psicoterapêuticos e psiquiátricos”. A jovem ainda reforça o potencial transformador da massoterapia. “A massagem ayurvédica é uma das técnicas da milenar medicina indiana, ela significa conhecimento da vida ou ciência da vida, ou seja, ciência que busca a longevidade. A massagem promove o equilíbrio eletroquímico entre corpo, mente e energia. Reduz sintomas depressivos ou de bloqueios emocionais, realinha a postura e previne doenças respiratórias, além de fornecer um relaxamento e harmonizar os chacras”, pontua.
Assim como Juliana e Amanda, Luana Rodrigues da Silva começou na Uneafro Brasil como aluna e, hoje, é terapeuta do Núcleo Obará. “Para mim, estar nesse lugar de terapeuta tem sido algo muito especial, ter sido cuidada com terapias, meditações e massagens ayurvédicas em um momento em que eu não estava bem emocionalmente, me tornou uma mulher forte e destemida, deixando meus receios de lado para conseguir oferecer esses mesmos cuidados que tive para outras pessoas”. Luana, que é massoterapeuta ayurveda, aponta a importância de ações como a do Núcleo Obará de oferecerem cuidados para uma população que não tinha acesso às discussões de autocuidado. “A importância de um espaço como o Obará é proporcionar para as pessoas impossibilitadas de acessar tratamentos para o autocuidado como as massagens e terapias, fazendo com que elas tenham um tratamento digno para cuidar de seus problemas emocionais e físicos”.
Ato celebra 31 anos do ECA em meio ao avanço do conservadorismo
Por: Caio Chagas
Manifestação em defesa dos 31 anos do ECA ocupou as escadarias do Theatro Municipal, em São Paulo
No dia 13 de julho, o ato ‘31 anos do ECA: Pela vida, por direitos e por vacina!’ ocupou a frente do Theatro Municipal de São Paulo aos gritos de “Criança e Adolescente, prioridade sempre!”. A mobilização reuniu ativistas do movimento da infância e juventude, parlamentares, conselheiros tutelares e imigrantes que relembraram os 31 anos de resistência do Estatuto e das lutas contra a redução da maioridade penal, das violações do PL 813/2019 e do PL 502/2007 que criminalizam a presença da juventude em bailes funk.
Durante o ato, Phelipe Nunes, Conselheiro Municipal de Direitos da Cadeira de Juventude Negra, reforçou a importância da data. “490 anos ficamos sem a proteção da lei, que a gente possa estar nos mesmos lugares, que a gente possa ocupar a política. Estar à frente de uma candidatura do CMDJ é poder defender as pautas discutidas dentro da Uneafro e do Movimento Negro”.
Para Erick Ovelha, covereador da mandata Quilombo Periférico, é imprescindível que tenhamos aqui o pensamento de que o conservadorismo vem avançando de maneira devastadora para o futuro de diversas crianças. “É importante pensar que o ECA foram direitos conquistados e adquiridos pela sociedade, então, é necessário estar aqui para garantir a liberdade da juventude preta conquistar aquilo que lhe é de direito”, afirmou.
O Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA (Lei 8.069/90), foi fruto da Constituição Federal Brasileira em consonância à Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança, formando assim uma legislação que há 31 anos garante a defesa do compromisso do Estado e de toda a sociedade na garantia da proteção integral de crianças e adolescentes, que são entendidos como sujeitos de direitos.
“Para nós, o aniversário do ECA não é somente bater palmas para o estatuto, mas é de perceber que ele compõe uma agenda de democracia e de projeto político do país”, afirmou Fábio Paz, representante do Sefras (Serviço Franciscano de Solidariedade). “As políticas desenvolvidas por um governo como o atual inviabilizam ainda mais os direitos básicos da juventude das periferias e dos migrantes. A desigualdade tem cor, raça e CEP, e as crianças refugiadas vivem à margem de uma sociedade que não pensa nelas”, finalizou.
As mobilizações históricas dos movimentos populares de defesa das crianças e dos adolescentes possibilitaram a inclusão dos artigos 227 e 228 da Constituição Federal de 1988 que dispõem sobre as garantias de direitos da juventude, tendo a necessidade de fortalecer a rede de proteção e a prioridade no atendimento das crianças e adolescentes a partir da criação de políticas públicas e também da participação dos mesmos nas decisões sobre questões que permeiam suas existências. Segundo Néia Bueno, Coordenadora do Projeto Meninos e Meninas de Rua, é importante ocupar as ruas para fortalecer a legislação conquistada. “É sempre um eterno recomeço, a gente tem um presidente que fala que o estatuto tinha que ser jogado na latrina. Aqui, a gente tá clamando para que o estatuto seja aplicado em sua totalidade”.
25 de julho – Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha
O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e o Dia Nacional Tereza de Benguela, 25 de julho, é um marco na luta por libertação das opressões raciais e de gênero, mas, sobretudo, é uma data em que mulheres negras, quilombolas e indígenas revivem suas ancestrais e multiplicam forças para continuar.
Neste momento, a Uneafro Brasil, movimento construído por muitas mulheres negras que atuam em diversas frentes da sociedade, celebra essa data em luta pelo direito à vida, vacina, emprego, por respeito e contra o genocídio!
Buscamos honrar as que vieram antes, fortalecer as de hoje e, assim, abrir caminhos para as meninas pretas que construirão o amanhã!
Curso prepara população negra para seleções em pós-graduações nos Estados Unidos
O curso “Negritude Brasileira no PhD” abrirá inscrições para sua segunda edição até o dia 2 de agosto. O curso tem como objetivo contribuir para a preparação de pessoas negras para a seleção em pós-graduações no exterior, formando, assim, quadros e lideranças negras brasileiras na academia. As vagas são limitadas e os detalhes do curso serão apresentados na próxima segunda (26), às 20h, em transmissão de lançamento da iniciativa, ao vivo, nas redes sociais da Uneafro Brasil. Conduzido por professores e doutorandos com vivência internacional, o curso consiste em ajudar os participantes a prepararem suas aplicações para programas de pós-graduação fora do país, com foco nos Estados Unidos – local onde muitos integrantes do projeto estão. Podem participar aqueles que tiverem interesse em fazer doutorado completo, doutorado sanduíche e/ou pós-doutorado no exterior, especialmente nos Estados Unidos.
O curso está no seu segundo ano de execução e, após o sucesso de inscrições de 2020, quer atingir ainda mais pessoas que tenham o sonho de estudar fora. Por isso, neste ano, pretende-se realizar 10 encontros online, que ensinam e estimulam o cursista a aplicar para vagas em universidades norte-americanas. Além disso, o curso também contará com mentores que auxiliarão os cursistas a preparar suas aplicações para vagas de pós-graduação em universidades estadunidenses.
O curso também busca ampliar as oportunidades e estimular a ocupação da comunidade negra em espaços acadêmicos, debatendo temas como testes de proficiência em língua inglesa, formas de financiamento, carreira e outros. A iniciativa é uma realização de Kilomba Collective, Instituto Mancala, Uneafro Brasil e Coalizão Negra por Direitos.
Projeto ‘Lélia Gonzalez Vive’ lança Amefricanifesto no Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha
Honrando o legado deixado por Lélia Gonzalez, nós, do projeto ‘Lélia Gonzalez Vive’, convocamos mulheres negras de todo o país a celebrarem o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha (25 de julho), recriando nosso lugar na sociedade brasileira.
Em parceria com organizações e coletivos de mulheres negras, criamos o Amefricanifesto para demonstrar nossa indignação diante do racismo e do machismo estrutural e estruturante do nosso país, e valorizar nossas lutas pela igualdade, um manifesto colaborativo e artístico.
A partir do dia 20 de julho, o Amefricanifesto ganha espaço nas redes e nas ruas, ilustrando o exercício coletivo de reimaginação. É urgente que mais mulheres negras tomem consciência do lugar que ocupam e daqueles que poderiam ocupar.
No dia 25, o Amefricanifesto será divulgado ao público pela primeira vez em múltiplos canais: no site oficial da campanha (bit.ly/amefricanifesto), na programação do Festival Latinidades, em um evento aberto ao público em Brasília (Infinu, 506 Sul), por meio de uma convocatória a artistas com o apoio do Design Ativista e também nas redes sociais do projeto e de organizações parceiras.
A iniciativa tem apoio do Movimento Negro Unificado (MNU), Mulheres Negras Decidem (MND), A Tenda das Candidatas, Instituto Afrolatinas, Rede de Desenvolvimento Humano (Redeh), Uneafro Brasil, Geledés – Instituto da Mulher Negra, Design Ativista, Editora Zahar e Infinu – Comunidade Criativa.
Informações:
- Instagram: https://www.instagram.com/leliagonzalezvive/
- Facebook: https://www.facebook.com/leliagonzalezvive/
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Núcleo Virtual
Para tentar atender nossos alunos durante a pandemia, a UNEafro está lançando um Núcleo Virtual que deve começar suas atividades na primeira semana de junho.
Professores de diversos núcleos se juntaram para produzir material e ajudar os alunos nas atividades em um espaço virtual.
Enquanto seguimos tentando adiar o ENEM, fazemos também o possível para preparar os alunos de ensino médio nas periferias.
Colabore Conosco
A principal missão da UNEafro é tirar o corpo negro e pobre da linha do tiro, do contingente encarcerado pelo estado, da fila do hospital e dos números das estatísticas da violência. Para isso, desenvolve ações que buscam oferecer oportunidades de estudo e trabalho em comunidades negras e pobres.
Você pode fazer parte e ser responsável por esse importante trabalho. Doe!
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Agência: 4054-1 | CC: 285.078-8
Em nome da Associação Franciscana DDFP
CNPJ: 11.140.583/0001-72
Expediente: Edição: Caio Chagas, Jéssica Ferreira | Diagramação: Gabriela Bosshard | Revisão: Renata Toni | Contato: [email protected]