Dia 18 de março de 2024, o ato “Pelo fim da violência e do racismo policial” convocou a população para ir às ruas pelo fim da violência e do racismo policial, práticas da política de segurança pública do governo de São Paulo que ceifou a vida de milhares de pessoas negras e periféricas desde que Tarcísio de Freitas assumiu como governador. A manifestação aconteceu nas Arcadas da Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco, no centro de SP.
O protesto exigiu o fim da Operação Verão, ação da polícia militar ativa desde o início de fevereiro deste ano, na Baixada Santista, em resposta à morte de um soldado da PM. Ela já é considerada a segunda mais letal do Estado de São Paulo tirando, até o momento, a vida de 45 pessoas, a maioria de jovens negros e periféricos, e ficando atrás apenas do massacre do Carandiru, em 1992. A chacina escalou ainda mais os números da Operação Escudo que, em 2023, matou 16 pessoas e encarcerou 296 na mesma região e pela mesma motivação.
Organizado por diversos movimentos negros, movimentos de familiares, movimentos anti-cárcere e por organizações sociais e partidos, o ato reuniu demandas desses representantes da sociedade civil e oficializou uma cobrança de providências dos Ministérios Públicos Estadual e Federal, do Ministro da Justiça Ricardo Lewandowski, do Presidente Lula e da primeira-dama Janja, no sentido de dar fim a violência policial no estado.
O ato também foi um momento de solidariedade e repúdio a violência sofrida por entregadores de aplicativo e motoboys que já somam mais de 13 mil denúncias só em 2024, incluindo crimes de racismo, agressão física e psicológica, e por rappers, slammers e artistas de rua que também estão vulneráveis a perseguição e violência de agentes de segurança, como o caso mais recente da MC Kisha, artista negra que foi agredida pela equipe de segurança da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), dentro de uma das composições da empresa.
Trata-se de uma manifestação da sociedade paulista contra a política de segurança pública genocida do governo de São Paulo que está sob o comando de Tarcísio de Freitas. Ele, o governador, deve ser responsabilizado por todas as mortes e toda violência promovida pelas forças policiais em todo estado.
Os movimentos e partidos que assinaram a convocatória dos atos foram UNEafro Brasil, MNU – Movimento Negro Unificado, Instituto de Referência Negra Peregum, Frente pelo Desencarceramento, Amparar, Rede de Proteção e Resistência contra o Genocídio, CONEN – Coordenação Nacional de Entidades Negras de São Paulo e Baixada Santista, Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas, Movimento Pretas SP, AFRONTE! – Movimento nacional de juventude, Marcha das Mulheres Negras de SP, Núcleo de consciência negra da USP, Mandato Quilombo Periférico da Câmara de SP, RUA – Juventude Anticapitalista, Bancada Feminista do PSOL na Alesp e na Câmara Municipal, Comunidade de Samba Pagode Na Disciplina, Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe, UP- Unidade Popular pelo Socialismo, PSTU e JPT – Juventude do PT