A Uneafro Brasil vem a público externar profunda indignação com o assassinato de João Alberto Siveira Freitas, de 40 anos, espancado até a morte na noite desta quinta-feira (19), véspera do Dia da Consciência Negra, por dois seguranças brancos da rede de supermercados Carrefour, no bairro de Passo d’Areia, em Porto Alegre. Repudiamos e exigimos a responsabilização dessa prática genocida pelo Carrefour e pela empresa de segurança privada.

Dados divulgados em agosto deste ano pelo Atlas da Violência 2020 indicam que os assassinatos de negros aumentaram 11,5% em dez anos, enquanto os de não negros caíram 12,9% no mesmo período. Entre os negros, a taxa de homicídios no Brasil saltou de 34 para 37,8 por 100 mil habitantes entre 2008 e 2018. O relatório mostra que, em 2018, os negros representaram 75,7% das vítimas de todos os homicídios. 

Não é um caso isolado, a mesma rede tem um histórico racista lamentável. Em 2009, o espancamento de Januário Alves; em 2018 Luís Carlos Gomes, asfixiado no banheiro; em 14 de Agosto de 2020, Moisés dos Santos, que prestava serviços a rede morreu de mal súbito e teve o corpo coberto com Guarda-Sóis por 4 horas, a rede não parou de funcionar. O racismo e o descaso do Carrefour são a prova de quem vê o lucro acima de qualquer vida.

Beto clamava por socorro e pedia para respirar pois estavam trancando a respiração dele com os joelhos nas costas, bem na parte dos pulmões. Ele infelizmente não resistiu à parada respiratória e acabou falecendo. Todo apoio e acolhimento a família de João Alberto.

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